PCM: saiba como se adequar à nova regulação do Open Finance

Hecktor Colombo
Author
December 29, 2022
3
min de leitura

Desde o seu início, o Open Finance passou por quatro fases de implementação com regulações em cada uma delas, que proporcionaram às Instituições Financeiras além do compartilhamento de dados e iniciação de pagamentos, mais segurança e agilidade na integração dentro do ecossistema. Agora, uma nova medida regulatória foi criada pelo BACEN: a PCM - Plataforma de Coleta de Métricas.

Com o objetivo de tornar o ecossistema mais saudável tanto para instituições quanto para os usuários finais, além de promover um ambiente equitativo e não discriminatório, foi criada uma plataforma para concentrar os dados sobre as chamadas que as instituições financeiras (IFs) fazem entre si.

Dessa forma, ao coletar tais informações, a Plataforma de Coleta de Métricas fornecerá dados e métricas de interoperabilidade e garantirá maior visibilidade sobre todo o ambiente.

Neste artigo, você vai entender mais a fundo sobre essa nova regulação e a os desafios de adequá-la ao seu negócio.

Como funciona a Plataforma de Coleta Métricas?

As instituições participantes devem enviar os registros das chamadas (reportes) tanto no papel de cliente (parte que solicita os dados, ou receptora), quanto no de servidor (parte que devolve os dados, ou transmissora).

Os registros devem ser enviados mesmo que a chamada não tenha sido bem sucedida, uma vez que elas serão usadas para o controle estatístico e de monitoramento do ecossistema.

  • Instituição A faz uma chamada de APIS para na Instituição B;
  • Instituição B recebe essa chamada,processa o pedido e retorna resposta à instituição A;
  • Instituição B envia o reporte sobre aquela chamada para Plataforma Coleta de Métricas;
  • Instituição A recebe a resposta da instituição B e envia o reporte sobre aquela mesma chamada para Plataforma Coleta de Métricas.

Ao final desse fluxo, ambas as instituições devem realizar uma chamada de API a PCM para criar um relatório sobre a transação realizada. Nele, são obtidos dados sobre o código de resposta da transação, para saber se foi bem sucedida, informações sobre o tempo de processamento da transação, caso realizado por pessoa física ou pessoa jurídica, além de outros metadados que serão utilizados para analisar o ecossistema.

Dê o play a seguir e confira um bate-papo sobre como as instituições podem se beneficiar com o Open Finance, com o Conrado Miranda, executivo de negócios para serviços financeiros na Sensedia.

Qual o impacto da PCM no Open Finance?

Com o acesso aos relatórios de chamadas das APIs, o Bacen poderá elaborar os relatórios de modo mais efetivo e notificar como instituições em caso de divergências ou problemas, dando a elas a oportunidade de realizar os ajustes necessários.

Será possível levantar dados detalhados sobre as integrações feitas entre as APIs implementadas por cada instituição. Mas como? Com os novos dados coletados pelo regulador através da PCM, as IFs poderão analisar e identificar gargalos de integração em APIs específicas, podendo assim solucionar problemas técnicos ocasionados pela complexa integração dos serviços entre as instituições.

Para que tudo isso funcione, é preciso que os dados sejam disponibilizados, convertidos no padrão esperado pelo regulador e enviados à Plataforma de Coleta de Métricas através de relatórios.

Além disso, é necessário garantir que todas as chamadas sejam reportadas sem que haja a perda de nenhuma informação.

Conforme visto na imagem, a última etapa é o recebimento dos dados pela plataforma, ou seja, dentro do período de fechamento, mas depois da chamada concreta ter sido feita.

Sendo assim, a PCM não funciona como um componente que proíbe ou interfere nas interações entre as instituições. Ela pressupõe o envio de um conjunto de dados referentes aos requests e responses transitados no âmbito do Open Finance, através do consumo de uma API disponibilizada pela estrutura central do Open Finance Brasil.

Para garantir a entrega dos dados a PCM, políticas de reenvio e retentativa se fazem necessário, assegurando que todas as chamadas sejam reportadas sem falha.

Como garantir a entrega dos relatórios a PCM?

Para garantir a integridade e a consistência das informações, os reportes passarão por um processo de conciliação. Caso haja divergências, as instituições serão notificadas e terão a possibilidade de ajustar os dados.

Mas, para garantir a entrega dos relatórios ao regulador, é preciso levar em consideração cenários de erro, nos quais a integração entre as APIs pode causar um cenário de exceção com a não entrega do relatório.

Vamos supor que o sistema do Bacen esteja enfrentando problemas técnicos no momento de envio dos relatórios. Nesse caso, o relatório não será perdido e as chamadas serão reportadas assim que o sistema se estabilizar novamente. De forma automatica e configurável, é possível criar políticas de retry para garantir que os dados sejam entregues ao destino.

A necessidade de garantir a entrega de informações a outros sistemas é muito comum em arquiteturas de microsserviços e APIs. A Sensedia possui produtos que ajudam nossos clientes a criar soluções e resolver cenários complexosde integração como o trazido pela PCM.

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